segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Roqueiros, unam-se!

Eu não entendo os roqueiros( ou aqueles que se dizem experts no gênero). A classe cada vez mais é dividida em sub-gêneros e o atrito entre elas é ainda maior. O excesso de egos que muitas bandas possuem perturbam o bom relacionamento que elas poderiam ter. Muitas pessoas dizem que o rock acabou, mas a grande culpa por essa frase existir é justamente dos próprios rockers. A inimosidade, junto com a expansão da pop music e do hip hop nos anos 90 mostrou que o rock não poderia reascender sem que essa grande cúpula estivesse unida.

Se observamos a história do rock, quando ainda não se libertara do blues totalmente, os músicos nos anos 50 e 60 sofriam com o preconceito da sociedade e dos famosos bluseiros, considerando o novo gênero impróprio e sujo. O próprio blues sofreu no seu começo, que só era ouvido em guetos inacessíveis. Anos depois, pessoas como B.B King, John Lee Hooker, Steve Ray Vaughan, Litlle Richards, Jerry Lee Lewis e Elvis Presley são cult, servindo de gosto refinado da alta sociedade e dos novos artistas. Voltando aos sub-gêneros do rock, o punkrock foi a grande vítima da mídia e dos músicos "refinados", pelas letras e sons agressivos, nunca visto antes até então. O lendário grupo britânico Sex Pistols, de Johnny Rotten e Sid Vicious, foi o grande precursor do movimento punk, enfrentando e provocando todos aqueles que não gostavam deles, inclusive a família real do Reino Unido. A discriminação era grande no começo , até conseguir ganhar o mercado. Hoje em dia, Sex Pistols, Ramones e a turma limitada são considerados cult.

Depois veio o heavy metal, onde o atrito entre os músicos realmente começou. Uns achavam que o rock estava sendo distorcido. Outros acreditavam que assim o gênero ganharia mais popularidade se não ficasse preso à um padrão de música. O Led Zeppelin, de Robert Plant e Jimmy Page, foi considerado por muitos como a primeira banda heavy metal. Na época, após o aparecimento de bandas como Iron Maiden, Judas Priest e Black Sabbath, Robert disse que " era melhor o Led Zeppelin não ter existido por ter criado um monstro"( não exatamente nessas palavras). Considero o Led uma das maiores bandas já existentes, Jimmy Page era perfeito na guitarra, enquanto Plant dava show com sua voz estridente e dancinhas malucas no palco. Era o espirito do rock. Mas essa discrimação perante a novas bandas gerou conflitos, que se seguiu mais a frente com a criação de outros sub-gêneros.

O grunge parecia ser o último alvo dos roqueiros egoístas, que não queriam que outros fizessem sucessos. O jeito despojado de se vestir, letras suicidas e pesadas formaram a caracterização do novo movimento. Muitos adolescentes se identicaram com bandas como Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains e Soundgarden, todas vindas de Seatlle , EUA. A popularidade era enorme, mas as críticas de músicos punk, heavy metal e outros traziam mais choques entre eles. Kurt Cobain, do Nirvana, era considerado um péssimo insturmentista e assim seguia a inveja de muitos, pelo público que o grunge alcançou. Depois da morte de Cobain e Layne Staley , do Alice in Chains, sem uma causa concreta( uns dizem que os dois foram assassinados, outros dizem que se suicidaram) o movimento enfraqueceu e mais nenhum de grande repercussão surgiu. Dez anos depois, o grunge virou cult, podendo ser escutado em qualquer praça, em qualquer horário. O rock foi sendo esquecido e poucas bandas de destaque apareceram para trazerem os roqueiros de volta. A implicância de um com outro acabou. Boys bands, hip hop, Spice Girls, Britney Spears e afins ocuparam o espaço do rock, por não haver um elo entre os próprios roqueiros.

Em 2004, surgiu um novo sub-gênero: o emocore, vulgo emo. Punks suavizados, com letras românticas no estilo hardcore são a nova mania dos adolescentes, que se espelham em ídolos jovens, como My Chemical Romance , Good Charlotte, 30 Second to Mars e Fall Out Boys. Aqui no Brasil, grupos como Nx Zero, Fresno e Hateen são os queridinhos da mídia, que trazem mais audiência. Mas eis que surgem novos atritos e é um bom sinal que os rockers estão voltando: muitos criticam os emos por usar o punkrock de maneira errada, cantam chorando e letras muito melosas. Já os que defendem o emocore dizem que se Marisa Monte, Maria Rita e outas estrelas da MPB fazem música romântica, porque eles não poderiam? Eu acho que essa oportunidade de reconciliação e união daqueles que amam o rock n roll não deve ser desperdiçada.

Não interessa quem toca melhor, se um chora cantando ou não, se o ritmo tem que ser mais agressiva ou mais harmonioso. O que realmente importa é a sobrevivência do rock, que sua popularidade não suma outra vez e que os músicos que trazem tantos concertos históricos, sejam eles, punks, hards, headbangers ou emos se unam. Essa união pode alavancar de vez o rock, com bandas variadas e que atuem em prol da música.

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