segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Péssimos Exemplos

Grandes astros dos esportes americanos viveram ou estão vivendo momentos conturbados. Mesmo tendo contratos milionários com franquias e patrocinadores, parece que procuram encrencas. Talvez pelo local de origem que vieram, esses jogadores não têm como escapar daquilo que pertenciam, mesmo que depois não passem um péssimo exemplo para os seus admiradores.Alguns deles merecem ser lembrados.

O.J. Simpson, ex-jogador de futebol americano e integrante do Hall da Fama do esporte, foi acusado de matar a facadas sua ex-mulher, Nicole Brown, e seu amigo, Ronald Goldman, em frente a casa dela. Por diversas vezes, O.J tentava agredi-la quando eram casados, por causa dos ciúmes que sentia. Quando separados, a obsessão de Simpson, ex-running back do Buffalo Bills e do San Francisco 49ers, continuou. A polícia foi chamada várias vezes ao local para intervir. Quando foi acusado de homicídio duplo, O.J desapareceu por uns dias e deixou uma carta para ao amigos afirmando que cometeria um suicídio. Foi achado e depois julgado. Incrivelmente, o ex-jogador foi declarado inocente, causando muitas discussões entre os americanos.

Se a tal acusação contra O.J ainda deixa dúvidas de que ele foi culpado, outro esportista que estava nas páginas policiais conseguiu provar sua inocência e limpar seu nome. O grande jogador do Los Angeles Lakers, Kobe Bryant, foi acusado de ter estuprado uma adolescente de 19 anos e poderia pegar uma pena de quatro anos. Kobe jurou sua inocência e só foi confirmada quando resultados da coleta de sêmen no vestido da garota garantiam que não eram do astro do basquete. Até que isso fosse resolvido, Bryant teve que se calar até a verdade aparecesse.

E há poucos dias, o jogador de futebol americano Michael Vick, do Atlanta Falcons, foi acusado de participar de brigas de cães. Segundo a promotoria, Vick financiava, participava e fazia de uma das suas propriedades como competição. O quarterback pode pegar uma pena de até três anos de prisão. A franquia já avisou que ele não voltará tão cedo, até que se resolva a questão. Mas do jeito que o assunto vai caminhando, o atleta ficará bastante fora da NFL.

Não sabemos o que levam exatamente esses jogadores, de tanto prestígio, a se envolverem em escândalos de grandes repercussões. Seja pela pobreza na infância, tendo amizades com bandidos, pela ignorância para com o ser vivo ou pela brutalidade que os já acompanham desde pequenos não servem de lição para aqueles que se inspiram em seus trabalhos. O brilho que eles poderiam trazer para crianças e adolescentes que sonham em jogar uma liga profissional se deteriora, pelo simples fato de que seus ídolos são vilões.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

O descaso com o tênis brasileiro

O tênis brasileiro foi bem nos dois últimos Pan-Americanos. Em 2003, em Santo Domingo, Fernando Meligeni, o Fininho, derrotou o ex-número um do mundo Marcelo Rios, do Chile, numa partida épica, salvando vários match-points. Flávio Saretta enfrentou o também chileno Adrian Garcia na decisão nos Jogos aqui no Rio e venceu de forma heróica. Essas conquistas não apagam as decepções do tênis brasileiro no cenário internacional. Não por culpa dos jogadores, que se esforçam em quadrae lutam por patrocinadores para que paguem suas viagens ao exterior.

A Confederação Brasileira de Tênis( CBT) não fez nenhum esforço para alavancar o esporte no país com a era Guga, maior tenista masculino da história do Brasil. Crises administrativas, falta de dinheiro na conta e poucos patrocinadores são motivos que os dirigentes alegam para o fracasso da expansão do tênis. A pouca criatividade talvez tenha faltado a esses senhores, que parece-me que preferem manter o esporte elitizado, sem que haja oportunidades para pessoas de outros segmentos. Se uma vez a cada milênio aparecer um Guga, ou um Fininho, ou uma Maria Esther Bueno o país fica destacado. Por que não ter mais tenistas representando nosso país com grandes qualidades e sendo apoiados pela própria confederação?

Na época que Guga venceu por duas vezes Roland Garros, a procura pelo esporte foi surpreendente. A febre pelo tênis só aumentava, enquanto Guga trazia bons resultados. Assim que Guga caiu de rendimento, esse frisson diminuiu e a oportunidade para formar novos jogadores e admiradores foi por água abaixo.

As categorias de base brasileira são muito boas, com alguns juvenis entre os primeiros no ranking. O mais recente é Fernando Romboli, número 3 do mundo. O problema é quando passam para os profissionais, que precisam disputar vários torneios na Europa e nos EUA e só com ajuda de patrocínios que eles conseguem jogar.

No Brasil, cada um depende do seu talento e competência para ter ajuda financeira. Sem a ajuda da confederação fica bem difícil a evolução do esporte no país e, por conseguinte, a descoberta de novos jogadores. Do jeito que está, resta-nos esperar um novo Gustavo Kuerten ou uma nova Maria Esther Bueno para apenas nos alegrarmos e dizermos: " Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor".

Roqueiros, unam-se!

Eu não entendo os roqueiros( ou aqueles que se dizem experts no gênero). A classe cada vez mais é dividida em sub-gêneros e o atrito entre elas é ainda maior. O excesso de egos que muitas bandas possuem perturbam o bom relacionamento que elas poderiam ter. Muitas pessoas dizem que o rock acabou, mas a grande culpa por essa frase existir é justamente dos próprios rockers. A inimosidade, junto com a expansão da pop music e do hip hop nos anos 90 mostrou que o rock não poderia reascender sem que essa grande cúpula estivesse unida.

Se observamos a história do rock, quando ainda não se libertara do blues totalmente, os músicos nos anos 50 e 60 sofriam com o preconceito da sociedade e dos famosos bluseiros, considerando o novo gênero impróprio e sujo. O próprio blues sofreu no seu começo, que só era ouvido em guetos inacessíveis. Anos depois, pessoas como B.B King, John Lee Hooker, Steve Ray Vaughan, Litlle Richards, Jerry Lee Lewis e Elvis Presley são cult, servindo de gosto refinado da alta sociedade e dos novos artistas. Voltando aos sub-gêneros do rock, o punkrock foi a grande vítima da mídia e dos músicos "refinados", pelas letras e sons agressivos, nunca visto antes até então. O lendário grupo britânico Sex Pistols, de Johnny Rotten e Sid Vicious, foi o grande precursor do movimento punk, enfrentando e provocando todos aqueles que não gostavam deles, inclusive a família real do Reino Unido. A discriminação era grande no começo , até conseguir ganhar o mercado. Hoje em dia, Sex Pistols, Ramones e a turma limitada são considerados cult.

Depois veio o heavy metal, onde o atrito entre os músicos realmente começou. Uns achavam que o rock estava sendo distorcido. Outros acreditavam que assim o gênero ganharia mais popularidade se não ficasse preso à um padrão de música. O Led Zeppelin, de Robert Plant e Jimmy Page, foi considerado por muitos como a primeira banda heavy metal. Na época, após o aparecimento de bandas como Iron Maiden, Judas Priest e Black Sabbath, Robert disse que " era melhor o Led Zeppelin não ter existido por ter criado um monstro"( não exatamente nessas palavras). Considero o Led uma das maiores bandas já existentes, Jimmy Page era perfeito na guitarra, enquanto Plant dava show com sua voz estridente e dancinhas malucas no palco. Era o espirito do rock. Mas essa discrimação perante a novas bandas gerou conflitos, que se seguiu mais a frente com a criação de outros sub-gêneros.

O grunge parecia ser o último alvo dos roqueiros egoístas, que não queriam que outros fizessem sucessos. O jeito despojado de se vestir, letras suicidas e pesadas formaram a caracterização do novo movimento. Muitos adolescentes se identicaram com bandas como Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains e Soundgarden, todas vindas de Seatlle , EUA. A popularidade era enorme, mas as críticas de músicos punk, heavy metal e outros traziam mais choques entre eles. Kurt Cobain, do Nirvana, era considerado um péssimo insturmentista e assim seguia a inveja de muitos, pelo público que o grunge alcançou. Depois da morte de Cobain e Layne Staley , do Alice in Chains, sem uma causa concreta( uns dizem que os dois foram assassinados, outros dizem que se suicidaram) o movimento enfraqueceu e mais nenhum de grande repercussão surgiu. Dez anos depois, o grunge virou cult, podendo ser escutado em qualquer praça, em qualquer horário. O rock foi sendo esquecido e poucas bandas de destaque apareceram para trazerem os roqueiros de volta. A implicância de um com outro acabou. Boys bands, hip hop, Spice Girls, Britney Spears e afins ocuparam o espaço do rock, por não haver um elo entre os próprios roqueiros.

Em 2004, surgiu um novo sub-gênero: o emocore, vulgo emo. Punks suavizados, com letras românticas no estilo hardcore são a nova mania dos adolescentes, que se espelham em ídolos jovens, como My Chemical Romance , Good Charlotte, 30 Second to Mars e Fall Out Boys. Aqui no Brasil, grupos como Nx Zero, Fresno e Hateen são os queridinhos da mídia, que trazem mais audiência. Mas eis que surgem novos atritos e é um bom sinal que os rockers estão voltando: muitos criticam os emos por usar o punkrock de maneira errada, cantam chorando e letras muito melosas. Já os que defendem o emocore dizem que se Marisa Monte, Maria Rita e outas estrelas da MPB fazem música romântica, porque eles não poderiam? Eu acho que essa oportunidade de reconciliação e união daqueles que amam o rock n roll não deve ser desperdiçada.

Não interessa quem toca melhor, se um chora cantando ou não, se o ritmo tem que ser mais agressiva ou mais harmonioso. O que realmente importa é a sobrevivência do rock, que sua popularidade não suma outra vez e que os músicos que trazem tantos concertos históricos, sejam eles, punks, hards, headbangers ou emos se unam. Essa união pode alavancar de vez o rock, com bandas variadas e que atuem em prol da música.

sábado, 4 de agosto de 2007

TIM Festival e Wolfmother

O Tim Festival acontecerá entre os dias 25 e 31 de outubro em quatro cidades: Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Vitória. O evento é bastante badalado pelo fato de trazer bandas de diferentes gêneros, com palcos alternativos e de bom gosto. Bandas como White Stripes, The Stokes, a super cantora PJ Harvey, Arcade Fire e a inusitada M.I.A, a inglesa nascida no Sri-Lanka, que incorpora o funk carioca nas suas músicas foram atrações em edições passadas.

Esse ano, a grande expectativa é para a banda indie-rock-sensação-do momento Arctic Monkeys. Um som bastante afinado, todos os instrumentos em harmonia, sem que enjoe os ouvidos dos admiradores é a receita do sucesso dos garotos britânicos. Das bandas indie que surgiram, na minha modesta opinião, é o som mais autêntico de todas elas. O novo álbum " Worst Favourite Nightmare" te prende com tamanha qualidade musical. É um pecado não tê-lo em mãos ( ou melhor , nos ouvidos), porque talvez estejamos presenciando uma nova era de grandes bandas, que não fiquem presas nas garagens e que não se intimidem com o mercado pop-não alternativo.

Das novas grandes bandas, a organização do TIM Festival poderia ter contratado os australianos do Wolfmother. Que banda. Suas músicas e suas letras psicodélicas lembram as bandas clássicas dos anos 70, como Black Sabbath, Led Zeppelin, Yes e Emerson, Lake & Palmer. Os riffs agressivos do vocalista/guitarrista Andrew Stockdale, o solo de teclado de Chris Ross e a batera alucinante de Myles Heskett deveriam estar no mesmo palco uqe os Arctic Monkeys no festival deste ano. O momento era o ideal, pela evolução do indie e a volta do bom e velho rock n roll com jovens de grandes valores. Mas, cedo ou tarde, tenho certeza que eles virão aqui ao Brasil, pelo próprio brilho.

PS: No dia 10 de agosto, sexta-feira, vai rolar a 3ª edição do Araribóia Rock Fest, no Studio Bar, Pendotiba, Niterói. A grande atração está por conta da banda paulista Forgotten Boys, além de bandas locais que tocarão junto com o quarteto, como Filhos do Tótem e Hitlist. Maiores informações no site http://www.arariboiarock.com.br/.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O pós-Pan

54 medalhas de ouro, 40 de prata e 67 de bronze. Desempenho fantástico de uma delegação brasileira em Pan-Americanos. Medalhas de ouro previstas por muitos, como o ouro no vôlei masculino, no futebol feminino, no handebol feminino e masculino e na natação, com as braçadas de Thiago Pereira, Cesar Cielo, Kaio Márcio e Rebeca Gusmão. Surpresas em modalidades pouco conhecidas pelo público, com a medalha dourada no pentatlo moderno de Yane Marques, na patinação artística de Marcel Strumer e a medalha de bronze no badminton, com a dupla Guilherme Prado e Guilherme Kumasaka. O saldo foi muito positivo para quem achava que o Brasil disputaria com o Canadá o 3º lugar geral no quadro de medalhas. A batalha( no bom sentido) foi mesmo com Cuba pelo 2º lugar, fato que poucos acreditariam antes dos Jogos.

Alguns tropeços decepcionaram, e muito, o torcedor brasileiro. A derrota mais sentida foi na final do vôlei feminino entre Brasil para Cuba, apesar de ter sido um jogo épico, com as duas equipes alternando a liderança na partida, além de toda rivalidade envolvida, chateou quem assistiu ou quem esteve no moderno ginásio do Maracanãzinho. Não pelo resultado, mas pela atitude que o time demonstrou durante o jogo: nenhuma. Pouco vibrante em quadra, a cada set que passava, parecia esfriar ainda mais a torcida. Outros abalos foram as medalhas de prata de Robert Scheidt, no iatismo, e Rodrigo Pessoa, no hipismo, considerados favoritíssimos nas suas modalidades. Apesar de Robert não participar da classe laser há bastante tempo, o octacampeão mundial nesta categoria tinha adversários de pouca expressão, perto de seus feitos no iatismo. E para piorar, o vento não ajudou muito, tendo algumas regatas canceladas. Já Rodrigo ficou em terceiro na classificação para final e tinha que torcer para tropeço dos seus adversários.

Entre alegrias e tristezas, o trabalho para a melhoria do esporte deve continuar. As confederações das modalidades têm que incentivar mais a prática de seus esportes, seja na escola ou no clube, para que se forme primeiro o cidadão, e depois o atleta. Com estrutura na base, o começo para que o esporte brasileiro vire um potência já será dado. Será preciso também paciência das autoridades e futuros patrocinadores para que surja grandes talentos em diferentes desportos.

Manter as novas instalações esportivas, como o Maracanãzinho, a Arena Multiuso, o Engenhão, o Velódromo e o Parque Aquático Maria Lenk será de importante auxílio para os atletas, desde os famosos até os amadores. Se bem que tudo que prometem no Brasil não é cumprido, a dúvida vai pairar na cabeça dos cidadãos, na imprensa e, principalmente, nos atletas. Eles fizeram a parte deles no Pan, representando muito bem nosso país, e agora depende da boa vontade dos políticos para que o Brasil evolua em várias modalidades.

Boas Vindas

Pessoal, essa é a minha primeira postagem no Entre Olas e Aplausos. Não sou muito bom em discursos, mas quero dizer que esse blog é uma forma de eu estar exercendo uma nova forma de jornalismo, onde todos os assuntos, relevantes ou não, merecem destaque. É uma maneira democrática de expor suas opiniões e suas idéias que possam ser debatidas por uma grande leva de pessoas.

Meu foco principal vai ser o esporte e a cultura. São temas que mais me relaciono bem, não que eu seja um alienado em outras áreas( Política, Economia,etc...), mas que são até mais divertidas de se falar. Sou aficcionado por música( excetuando-se pagode, axé, outros gêneros próximos) e qualquer tipo de esporte, desde softball até futebol.

Meu texto ainda não está nos moldes como eu quero, mas espero que vocês gostem e opinem sobre os temas que eu trouxer.

Um abraço a todos