quarta-feira, 1 de agosto de 2007

O pós-Pan

54 medalhas de ouro, 40 de prata e 67 de bronze. Desempenho fantástico de uma delegação brasileira em Pan-Americanos. Medalhas de ouro previstas por muitos, como o ouro no vôlei masculino, no futebol feminino, no handebol feminino e masculino e na natação, com as braçadas de Thiago Pereira, Cesar Cielo, Kaio Márcio e Rebeca Gusmão. Surpresas em modalidades pouco conhecidas pelo público, com a medalha dourada no pentatlo moderno de Yane Marques, na patinação artística de Marcel Strumer e a medalha de bronze no badminton, com a dupla Guilherme Prado e Guilherme Kumasaka. O saldo foi muito positivo para quem achava que o Brasil disputaria com o Canadá o 3º lugar geral no quadro de medalhas. A batalha( no bom sentido) foi mesmo com Cuba pelo 2º lugar, fato que poucos acreditariam antes dos Jogos.

Alguns tropeços decepcionaram, e muito, o torcedor brasileiro. A derrota mais sentida foi na final do vôlei feminino entre Brasil para Cuba, apesar de ter sido um jogo épico, com as duas equipes alternando a liderança na partida, além de toda rivalidade envolvida, chateou quem assistiu ou quem esteve no moderno ginásio do Maracanãzinho. Não pelo resultado, mas pela atitude que o time demonstrou durante o jogo: nenhuma. Pouco vibrante em quadra, a cada set que passava, parecia esfriar ainda mais a torcida. Outros abalos foram as medalhas de prata de Robert Scheidt, no iatismo, e Rodrigo Pessoa, no hipismo, considerados favoritíssimos nas suas modalidades. Apesar de Robert não participar da classe laser há bastante tempo, o octacampeão mundial nesta categoria tinha adversários de pouca expressão, perto de seus feitos no iatismo. E para piorar, o vento não ajudou muito, tendo algumas regatas canceladas. Já Rodrigo ficou em terceiro na classificação para final e tinha que torcer para tropeço dos seus adversários.

Entre alegrias e tristezas, o trabalho para a melhoria do esporte deve continuar. As confederações das modalidades têm que incentivar mais a prática de seus esportes, seja na escola ou no clube, para que se forme primeiro o cidadão, e depois o atleta. Com estrutura na base, o começo para que o esporte brasileiro vire um potência já será dado. Será preciso também paciência das autoridades e futuros patrocinadores para que surja grandes talentos em diferentes desportos.

Manter as novas instalações esportivas, como o Maracanãzinho, a Arena Multiuso, o Engenhão, o Velódromo e o Parque Aquático Maria Lenk será de importante auxílio para os atletas, desde os famosos até os amadores. Se bem que tudo que prometem no Brasil não é cumprido, a dúvida vai pairar na cabeça dos cidadãos, na imprensa e, principalmente, nos atletas. Eles fizeram a parte deles no Pan, representando muito bem nosso país, e agora depende da boa vontade dos políticos para que o Brasil evolua em várias modalidades.

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