segunda-feira, 6 de agosto de 2007

O descaso com o tênis brasileiro

O tênis brasileiro foi bem nos dois últimos Pan-Americanos. Em 2003, em Santo Domingo, Fernando Meligeni, o Fininho, derrotou o ex-número um do mundo Marcelo Rios, do Chile, numa partida épica, salvando vários match-points. Flávio Saretta enfrentou o também chileno Adrian Garcia na decisão nos Jogos aqui no Rio e venceu de forma heróica. Essas conquistas não apagam as decepções do tênis brasileiro no cenário internacional. Não por culpa dos jogadores, que se esforçam em quadrae lutam por patrocinadores para que paguem suas viagens ao exterior.

A Confederação Brasileira de Tênis( CBT) não fez nenhum esforço para alavancar o esporte no país com a era Guga, maior tenista masculino da história do Brasil. Crises administrativas, falta de dinheiro na conta e poucos patrocinadores são motivos que os dirigentes alegam para o fracasso da expansão do tênis. A pouca criatividade talvez tenha faltado a esses senhores, que parece-me que preferem manter o esporte elitizado, sem que haja oportunidades para pessoas de outros segmentos. Se uma vez a cada milênio aparecer um Guga, ou um Fininho, ou uma Maria Esther Bueno o país fica destacado. Por que não ter mais tenistas representando nosso país com grandes qualidades e sendo apoiados pela própria confederação?

Na época que Guga venceu por duas vezes Roland Garros, a procura pelo esporte foi surpreendente. A febre pelo tênis só aumentava, enquanto Guga trazia bons resultados. Assim que Guga caiu de rendimento, esse frisson diminuiu e a oportunidade para formar novos jogadores e admiradores foi por água abaixo.

As categorias de base brasileira são muito boas, com alguns juvenis entre os primeiros no ranking. O mais recente é Fernando Romboli, número 3 do mundo. O problema é quando passam para os profissionais, que precisam disputar vários torneios na Europa e nos EUA e só com ajuda de patrocínios que eles conseguem jogar.

No Brasil, cada um depende do seu talento e competência para ter ajuda financeira. Sem a ajuda da confederação fica bem difícil a evolução do esporte no país e, por conseguinte, a descoberta de novos jogadores. Do jeito que está, resta-nos esperar um novo Gustavo Kuerten ou uma nova Maria Esther Bueno para apenas nos alegrarmos e dizermos: " Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor".

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